sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Ansiedade

De repente, você apareceu. Não foi uma coisa premeditada. Não imaginei isso; nunca imaginei você. E em um dos meus tédios noturnos, você tomou forma; criou diálogos, despertou curiosidade.
Enquanto eu segurava a minha insensatez. Complemento quase perfeito para alegrar os próximos dias, meus e seus.
Espero a entrada do seu espírito dentro do meu terraço lentamente, fazendo vibrar a invisibilidade do meu, que de escuro passará a clarear; com o seu jeito único de usar as mais belas e eminentes palavras. Fortes, resistentes.
E assim, tão vagamente, você furtou os meus pensamentos desajeitados e complicados.

Ansiosamente, espero a sua presença afagar a minha em um só movimento, que logo se tornará realidade.

terça-feira, 27 de maio de 2014

Café com suspiro

Queria poder tomar um café com você. Isso porque, tomar café com você seria bem mais interessante, do que tomá-lo sozinho, e sentir o vazio da solidão vaga que sempre me persegue. Até o gosto iria mudar, mesmo que tivesse sem açúcar ou adoçante. E, aliás, qual deles você mais gosta? Até isso eu quero descobrir em você; buscar nas coisas simples uma razão de ficar bem. Mas, só se for com você.

E no final, eu posso até pedir um suspiro. Quebrá-lo dentro do nosso café. Mas isso, só com a condição de que quem irá suspirar em mim, será você. 


Três meses e alguns dias

Lembrar me faz ter calafrios. Daqueles bem embaraçosos. Eu acreditei que seria mais rápido; num átimo, as coisas aconteceram; e aconteceram. Não dá pra entender como. Nem tente. Estes são os acasos da vida. E acasos podem ser entusiasmantes; ou não. Dessa estória de três meses e alguns dias, é; mas nem em todas as partes.
Podia ser fácil; é só fazer uma junção, entre sentimentos, corpos, diálogos tímidos e algum lugar.
Lugar esse, já visitado outras vezes, já observado ao transitar pela rua onde se encontra; mas que não faz o mesmo sentido; o sentido só foi feito naquele dia; o 1º dos três meses, mas não o último. O otimismo pode ser a coisa mais interessante que existe em você. É importante acreditar nisso. De verdade. Mas nem sempre você vai pensar positivo; vai achar que tudo vai dar errado e desabar sobre você. Todos os pensamentos bons e expectativas de felicidade são anulados.
Com toda a reviravolta de concepções diferentes, encontram-se desejos inversos, afetos, sensações nostálgicas e vontade de fazer tudo de novo. Como se fosse possível repetir cronologicamente todos os passos, beijos e palavras ditas; e também as não ditas; porque nem tudo que se tinha vontade foi dito. Você as engoliu secamente.

No vai e vem dos 90 e poucos dias, a única certeza é de que vai acontecer de novo, e melhor do que você pensa. Porque você quer. E isso te faz ter o mundo nas mãos.


Viver o agora

A gente nunca sabe se já começou. Ou se já vai ter fim. Entre conversas, pensamentos, passos arrastados, silêncios, sonhos e desilusões; nunca existe uma certeza, tudo pode acontecer. Entre cortinas abertas, e portas fechadas; sussurros e lágrimas; abraços e carinhos. Sempre vai permanecer uma lembrança. Seja ela boa ou ruim. Poder repousar com alguém de novo; aquele alguém que você conheceu dias atrás; fez um lanche, bateu um papo, mordeu o lábio; Entre afagos e olhares, pode haver a premonição do futuro, ou a do fim.
E num dia da semana, qualquer dia desses, em qualquer horário, debaixo de um sol fresco, de uma nuvem clara, você se distrai. Olha para o céu, para os lados; lembra-se daquele abraço, do aperto; um tanto abismado, e até mesmo calado. As nuvens se fecham; uma breve garoa se aproxima; e seu pensamento continua ali; é, ele não sai. O banho de chuva, o vento forte, os arrepios; dedos gelados. De volta pra casa, um banho, uma roupa leve, um chocolate quente. E a breve pergunta: “O que vai acontecer agora?” Sim, ainda há incertezas, muitas incertezas.
O sono daquela noite longa; a solidão, o frio; O acordar cedo; a intensa melancolia de uma manhã cansada, entre rotina e horários; cafés vazios, restaurantes, e pessoas alucinadas transitando pelas ruas. A espera do momento em que você viverá o que de melhor pode ter acontecido até então. A ansiedade de repetir a dose; de gim, de vodka e ou de coca-cola. A sensação não será a mesma, ou pode ser melhor. A pressa, e o ultimato; de repente, passando pela aquela esquina, o arrepio e a surpresa: Encontraste ele de novo. Ou ela. Não importa. As borboletas na barriga serão as mesmas, e a falta de palavras na sua boca também. E o que você vai precisar pensar, simplesmente, é em viver o momento; Sentir a delicadeza daquele beijo, que doce ou não, te despertou um desejo, e que você não sabe se vai durar uma vida inteira; muito menos se vai dar certo. Mas, o que importa, é apenas a transfusão de sentimentos, e a vontade de viver o agora; e de estar ali, apenas ali.