Noite deprimente. Pra ser mais clara e objetiva. A vontade
de não fazer nada é tão grande numa dessas noites, que você não sabe onde seria
melhor estar, e o que fazer para animar um mísero minuto noturno de um sábado
chato. Cansativo; tudo é clichê; acordar tarde, tomar café, depois almoçar,
tomar banho e ir para o computador passar horas vendo algo que certamente não
vai somar muito na sua vida, e conceitos próprios. Ver televisão é uma droga,
não tem coisa pior e menos alienante. Sério. E até os seus amigos somem, e não
fazem muita questão de estar com você em um dia insuportável desses.
Simplesmente não servem para te fazer companhia ou te tirar de casa. Estão
ausentes, afastados. O mais detestável ainda, é morar em uma cidade que você
certamente nunca gostou, quando se é antissocial e as pessoas são medíocres,
hipócritas, nojentas e sem senso. Difícil querer ser assim. É de dar pena,
realmente. Não olho em volta. Impossível. Prefiro ficar aqui, dentro da minha
casa. Pelo menos a angústia é minha, a decepção, o infortúnio, a sede e fome
incessantes e todo o resto. Me descabelo e me estresso, sinto falta do que não
vivi. As coisas que vivi já não fazem mais sentido; quero o novo, o
incomparável; o que satisfaz. Saborear, experimentar e morder a vida com
vontade; e matar, enterrar e esquecer esse tédio maldito que me consome e me
corrói todas as 24 horas do dia.
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