terça-feira, 27 de maio de 2014

Viver o agora

A gente nunca sabe se já começou. Ou se já vai ter fim. Entre conversas, pensamentos, passos arrastados, silêncios, sonhos e desilusões; nunca existe uma certeza, tudo pode acontecer. Entre cortinas abertas, e portas fechadas; sussurros e lágrimas; abraços e carinhos. Sempre vai permanecer uma lembrança. Seja ela boa ou ruim. Poder repousar com alguém de novo; aquele alguém que você conheceu dias atrás; fez um lanche, bateu um papo, mordeu o lábio; Entre afagos e olhares, pode haver a premonição do futuro, ou a do fim.
E num dia da semana, qualquer dia desses, em qualquer horário, debaixo de um sol fresco, de uma nuvem clara, você se distrai. Olha para o céu, para os lados; lembra-se daquele abraço, do aperto; um tanto abismado, e até mesmo calado. As nuvens se fecham; uma breve garoa se aproxima; e seu pensamento continua ali; é, ele não sai. O banho de chuva, o vento forte, os arrepios; dedos gelados. De volta pra casa, um banho, uma roupa leve, um chocolate quente. E a breve pergunta: “O que vai acontecer agora?” Sim, ainda há incertezas, muitas incertezas.
O sono daquela noite longa; a solidão, o frio; O acordar cedo; a intensa melancolia de uma manhã cansada, entre rotina e horários; cafés vazios, restaurantes, e pessoas alucinadas transitando pelas ruas. A espera do momento em que você viverá o que de melhor pode ter acontecido até então. A ansiedade de repetir a dose; de gim, de vodka e ou de coca-cola. A sensação não será a mesma, ou pode ser melhor. A pressa, e o ultimato; de repente, passando pela aquela esquina, o arrepio e a surpresa: Encontraste ele de novo. Ou ela. Não importa. As borboletas na barriga serão as mesmas, e a falta de palavras na sua boca também. E o que você vai precisar pensar, simplesmente, é em viver o momento; Sentir a delicadeza daquele beijo, que doce ou não, te despertou um desejo, e que você não sabe se vai durar uma vida inteira; muito menos se vai dar certo. Mas, o que importa, é apenas a transfusão de sentimentos, e a vontade de viver o agora; e de estar ali, apenas ali.


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